4 motivos para você não adiar a ida ao dentista na pandemia

Adiar a ida ao dentista tem sido um comportamento comum nos dias de hoje. Com a pandemia, todos nós estamos vivendo um momento angustiante, em que o sentimento predominante é o medo.

Mas é importante estar ciente de que essa procrastinação tem riscos e consequências negativas para a saúde bucal.

A pandemia da Covid-19 iniciou em março de 2020 no Brasil.

E, já no segundo semestre desse mesmo ano, percebemos uma progressiva modificação das demandas de tratamento de canal na Fenelon Endodontia.

Houve um considerável agravamento de doenças bucais, justamente pela demora em procurar tratamento. E ocorreu também aumento da incidência de alguns problemas bucais relacionados ao estresse desse momento.

A seguir, vamos explicar de forma detalhada, as principais adversidades encontradas nesse novo cenário e mostrar por que você precisa parar de adiar a ida ao dentista.

Fratura coronária e radicular

Nesse período de tensão pela pandemia, observamos um agravamento nos quadros de bruxismo e apertamento nos pacientes.

Tratam-se de desordens funcionais caracterizadas pelo ranger ou apertar dos dentes, de forma consciente ou inconsciente. São casos extremamente comuns em pacientes com ansiedade e estresse, e também em pacientes que fazem uso de anti-depressivos.

Bruxismo e apertamento são hábitos fisiológicos encontrados não só nos seres humanos, mas também em muitos mamíferos. Não necessariamente acarretam problemas.

Porém, se forem intensos ou perdurarem por maiores períodos, podem desencadear muitos problemas: dor na articulação temporomandibular (ATM), dor de cabeça, dor cervical, fadiga facial, fratura de restaurações dentárias, dentre outros.

E, na endodontia, o principal problema é a fratura de raiz.

A sobrecarga de tensão nos dentes pode ocasionar fratura de raiz, especialmente nos dentes que foram reabilitados com pino e prótese fixa. Mas, dependendo do quadro, até mesmo dentes sadios podem sofrer fratura radicular. E infelizmente constatamos que número de casos se multiplicou com a pandemia.

O diagnóstico de fratura radicular é um desafio na odontologia.

Na grande parte dos casos, a visualização da fratura não é possível a olho nu ou apenas pelo tato. Dessa forma, o microscópio é uma ferramenta imprescindível: ele nos permite ampliar o campo de visualização e, consequentemente, fazer o diagnóstico com segurança e precisão.

Outra ferramenta para alcançarmos o diagnóstico é com a tomografia computadorizada.

Existem fatores que limitam a acurácia desse exame como diagnóstico definitivo de fraturas (quando a fratura está muito fina, quando há pino de metal, dente com tratamento de canal, etc.). Por isso, a magnificação de campo visual com microscopia é o padrão-ouro para diagnóstico de fraturas.

Por que é tão importante fazer o diagnóstico de uma fratura radicular?

Este é, infelizmente, um dos poucos quadros em que a odontologia ainda não criou uma solução.

Se você estiver com uma fratura radicular, o seu dente estará sempre se recontaminando através dessa fratura, mesmo que seja feito um tratamento de canal.

Ou seja, você terá uma infecção crônica nesse dente. E não existe tratamento para fechar uma fratura de raiz. O tratamento adequado para esses casos, infelizmente, é a extração.

O problema é que não é sempre que temos um sintoma para nos alertar. Muitas vezes, a fratura é assintomática ou existe apenas um incômodo. E o paciente acaba postergando a ida ao dentista, principalmente nesse período da Covid-19.

Quando decide procurar o dentista, já é tarde demais. Pelo fato da fratura de raiz, em alguns casos, ter iniciado como uma fratura de coroa (parte externa do dente), o diagnóstico precoce aumenta a possibilidade de recuperar o dente.

Ao contrário da fratura de raiz, a fratura de coroa ainda tem tratamento.

Além disso, as fraturas radiculares podem ser prevenidas com tratamentos orientados pelo especialista em disfunção temporomandibular (DTM).

O tratamento mais conhecido é o uso de placa miorrelaxante – uma placa rígida e lisa utilizada para dormir, que ajuda a relaxar a mandíbula e protege os dentes do desgaste do bruxismo.

Se você já sabe ou desconfia que sofre de bruxismo ou apertamento, não deixe de ir ao dentista para fazer um tratamento preventivo e evitar futuras complicações.

E se você está postergando sua ida ao dentista devido à pandemia, saiba dos riscos dessa decisão.

Infiltração do curativo provisório após o tratamento de canal

Após a realização de um tratamento de canal, não é feita a restauração definitiva de imediato.

Coloca-se uma restauração provisória, de menor durabilidade. Aqui na Fenelon Endodontia, isso é sempre bem explicado ao paciente.

Infelizmente, é comum o paciente acreditar que, depois do tratamento de canal, o problema está totalmente resolvido, e não procuram o dentista para finalizar a reabilitação do dente.

Isso acontece talvez porque os sintomas cessaram, ou pelo fato de não compreenderem a importância da resturação definitiva.

E, com a pandemia, muitas pessoas ficaram apreensivas de sair de casa, e decidiram deixar para fazer a restauração definitiva quando o cenário melhorasse, especialmente nos casos em que está indicada a colocação de prótese fixa no dente – o que demanda mais sessões e, consequentemente, maior risco de exposição ao coronavírus.

Mas há sérias consequências em ficar com o curativo provisório.

Os materiais utilizados como curativo provisório têm uma durabilidade específica para vedar com segurança o dente tratado.

O tempo de cada material varia, mas podemos dizer que o tempo razoável para dar prosseguimento ao tratamento é de uma semana. Quando se espera demais, o curativo infiltra e os canais são recontaminados.

Esse processo de recontaminação ocorre de forma totalmente assintomática na grande maioria dos casos e, clinicamente, também não é visível que a restauração provisória já não está mais satisfatória. Em muitos casos, ela ainda parece perfeita.

Isso quando a restauração provisória não se solta por completo. Nesses casos, contaminação dos canais é instantânea, já que nossa boca é repleta de bactérias que compõem a microbiota bucal.

E qual o resultado disso tudo? Realizar um retratamento de canal. Essa é a única forma de descontaminar os canais novamente. E passar por todo o desgaste psicológico e financeiro, mais uma vez.

Portanto, fez o tratamento de canal? Procure seu dentista para fazer a restauração definitiva o quanto antes!

Agravamento do quadro de cáries superficiais

A cárie é uma doença infecciosa que provoca a perda de minerais dos dentes e, por consequência, a formação de cavidade na estrutura dental.

Para haver estabelecimento e agravamentos das lesões de cárie, é necessário tempo. Quanto mais tempo, mais profunda é a lesão de cárie.

E o tratamento da cárie varia de acordo com a sua profundidade.

Em circunstâncias mais simples, em que a lesão ainda é superficial, apenas instruções de higiene oral e aplicação de flúor podem ser suficientes. Quando a cárie forma uma cavidade no dente, é necessário restaurá-lo.

A pandemia fez com que as pessoas retardassem tratamentos odontológicos, e propiciou a evolução de processos cariosos, tornando os tratamento destas lesões mais complexos.

Em muitos casos, o tratamento de canal é resultado da demora em se diagnosticar e tratar uma lesão de cárie. Quando isso ocorre, a cárie adentra na estrutura dental ao ponto de se aproximar ou atingir a polpa, levando bactérias e inflamando esta parte do dente.

Como a evolução da cárie pode ser assintomática em alguns casos, o check-up odontológico é fundamental para o diagnóstico precoce dessas lesões.

Por isso, caso não tenha feito seu acompanhamento de rotina, ainda há tempo. Afinal, melhor do que realizar um tratamento de canal de excelência, é evitá-lo. Nada substitui um dente sadio.

Risco de infecção e impacto na imunidade

A pandemia nos trouxe uma difícil e imprescindível lição: a importância da saúde. E é impossível não viver este momento sem questionar como está a nossa saúde sistêmica e imunidade.

O nosso corpo é inteiramente conectado, e problemas localizados podem ter grave impacto na saúde geral.

O descuido com a saúde bucal pode fazer com que bactérias que estão na boca caiam na corrente sanguínea e se alojem em algumas regiões do corpo.

Além disso, quando existe um processo inflamatório bucal, “mensageiros” sinalizadores de inflamação são liberados no sangue.

Esses “mensageiros” podem exacerbar outros processos inflamatórios já existentes.

As doenças sistêmicas relacionadas aos problemas bucais mais conhecidas são: acidente vascular cerebral, endocardite, diabetes e parto prematuro.

Não podemos dizer que uma infecção bucal pode impactar diretamente no agravamento do quadro de um paciente com Covid-19.

Porém, sabemos que pacientes saudáveis tem um maior índice de recuperação.

Por isso, os cuidados com a saúde bucal e o tratamento de infecções se fazem especialmente necessários neste momento.

Cuide da sua saúde bucal, sem descuidar da Covid

Você viu a importância de não adiar a ida ao dentista nesse contexto de pandemia.

Se o seu caso for de tratamento de canal, fique despreocupado quanto aos cuidados para combater a proliferação do novo coronavírus.

Aqui na Fenelon Endodontia, estamos seguindo todos os protocolos e orientações das autoridades de saúde.

Atendemos a todos com alguns cuidados obrigatórios, como o uso da máscara N95, do macacão de proteção e do protetor facial. E, para maior segurança, também usamos:

  • ozônio para purificação/esterilização de ar ambiente;
  • tecnologia Surface UV – descontaminação microbiana com luz ultravioleta.

Portanto, acompanhe regularmente a sua saúde bucal e, caso necessite de alguma intervenção, tome os cuidados necessários e faça o tratamento que precisa.

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